terça-feira, 14 de setembro de 2010

Diário de bordo

Diário de bordo 15 de Agosto de 1475,
Por hoje, desejo passar a noite aqui, debaixo de meu cobertor, com meu pequeno caderno, meu lampião e meu canto na barraca. Mesmo com essa música instigante e toda essa comida que esta acontecendo la fora desejo ficar deitado aqui, onde ninguém irá me perturbar.
Já vieram algumas damas negras - Não acho correto chama-las de escravas se não usufruo dos tais serviços promíscuos prestados- vieram perguntar se estava deitado por algum problema ou se desejava satisfazer-me com elas. Recusei todas. Meu coração pertence a uma única dama, sei que ela esta me esperando.
Ela tinha cabelos pretos ondulados, trajava um vestido vermelho escarlate, e um batom cor de vinho. Uma beleza invejável. Provocou-me com seu sorriso para que dançasse com ela. Aquela dança foi gingada, foi sensual, foi meu tudo, e meu nada. Foi tão intensa que não sei se devo contar o que aconteceu em seguida da dança. Mas foi tudo no interior de uma das melhores casas de tango de toda a Espanha.
Estou apaixonado. Por uma mulher que nunca mais verei. Não a verei mais, pois ela me contara antes de eu partir que tinha uma doença mortal."Quando voltar talvez só poderá ver meu caixão."
Vi sereias parecidas com ela no meio do mar. Mas seus cantos não me atingiram. No fim, o que me atingiu foi a depressão. E amanhã parto em direção a nossa terra natal. Não sabemos se a comida que pegamos aqui é o suficiente, mas caso não seja, espero poder encontra-la em algum lugar.
Desejo-te uma boa noite, onde quer que esteja meu amor.

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